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terça-feira, 4 de outubro de 2011

OS FILÓSOFOS DO "CONTRATO SOCIAL"


A experiência de liberdade dos atenienses ficou esquecida por séculos. Durante a idade média, os monarcas cristãos se proclamavam com o direito divino para governar com poder absoluto sobre seus súditos, os quais não tinham meios de fazer valer sua vontade salvo por via da luta armada. Este modo extremo de tentar coibir um poder discricionário e arbitrário era punido com a pena de tortura e morte, caso fracasse. Se vencesse, pareceria uma vitória espúria e pecaminosa.
O primeiro filósofo a retirar uma pedra da base do poder absolutista por direito divino foi Thomas Hobbes. Ele teorizou que os homens primitivos viviam em constantes guerras de rapina entre si, e eles teriam entrado em acordo para formar um governo que os protegesse, uns dos outros, pois o progresso não seria possível naquelas condições de guerra permanente.
Logo outros filósofos levaram mais longe a idéia de um contrato social como origem natural do governo, oposta à crença no Direito Divino dos reis. Assim como Hobbes, Locke, Hutcheson e Rousseau imaginaram sociedades primitivas cujo desenvolvimento natural haveria de conservar a liberdade do homem e do seu anseio de trabalho e desenvolvimento solidário.
Uma voz de veemente protesto contra tal concepção  empírica e não dogmática, da origem natural do governo foi a de Sir Robert Filmer. Escreveu um livro em defesa do direito divino dos reis e a função patriarcal do monarca. Segundo ele, Deus havia dado a autoridade política diretamente ao rei e aos seus sucessores legítimos, discricionária, do mesmo modo que um pai era considerado então o chefe absoluto da família.
O filósofo John Locke (1632 – 1704) entrou em polêmica com Filmer, argumentando que um governo é legitimo apenas se tem consentimento e aprovação dos governados. Locke é o primeiro a afirmar que o indivíduo possui o direito à liberdade e à propriedade.  Estes direitos precederiam a criação de um governo, pois este último resultaria de uma convenção pela qual os indivíduos decidissem livremente a se associarem para melhor proteger seus direitos.
Hutcheson supunha contrariamente a Hobbes, uma união fraterna entre os homens primitivos. Acreditava em uma “faculdade de sentimento moral” que ligaria toda a humanidade com benevolência e solidariedade. Somente estavam sujeitos apenas a Deus e às leis da natureza.
Na visão de Rousseau, o desenvolvimento humano passa por vários estágios a começar do mais primitivo, em que os homens se associam apenas para caçar, seguido pela fase de agregação permanente, porém com pouca divisão do trabalho e propriedade, e finalmente o terceiro estágio, com acentuada divisão do trabalho e propriedade, o  que permite surgir a agricultura e a metalurgia. A partir desse último estágio cresce a desigualdade de propriedade e outras formas de desigualdade social.
O pensamento de Rousseau, que já se assemelhava ao de Hutcheson quanto à bondade natural do homem primitivo, também se apossa da idéia de “vontade geral” latente em Platão. Aquele que conhece os caminhos racionais para o bem estar e o progresso social – finalidade da união dos homens e por isso objeto da “vontade geral” -,  deve conduzir a sociedade a esse caminho, ainda contrariando os sentimentos e a vontade da maioria, e por meio da força.

O Estado Liberal


  A sociedade burguesa se implantou instituindo, de maneira revolucionária, o mercado livre e fazendo da sociedade civil um sinônimo deste. Para que o desenvolvimento dessa sociedade fosse possível, era preciso que a separação entre o que é público e o que é privado ganhasse contornos mais nítidos. O Estado liberal – outra forma histórica de Estado – apresenta-se como desdobramento lógico dessa separação. O Estado liberal pode ser simultaneamente, representante do público e guardião do privado, A Revolução da burguesia transformou radicalmente a sociedade feudal na Europa, exigiu uma nova forma de Estado, com uma estrutura de poder político capaz de manter e ampliar suas conquistas. Tendo ampliado sua influência na estrutura do Estado e fortalecidos seu poder econômico, a burguesia acabou por romper com a monarquia absolutista. As revoluções burguesas defendiam controles impostos pelo mercantilismo. O Estado absolutista foi substituído pelo liberal, mas certas características do primeiro foram mantidas e desenvolvidas nesse processo de criação do novo poder. A soberania do Estado foi uma delas; assim, a progressiva centralização das decisões políticas se perpetuará. Ser burguês liberal no século XVIII significava recusar qualquer intervencionismo estatal na economia, sob crença de que o mundo seria mais saudável se o Estado fosse cada vez mais restrito. Mas a burguesia liberal, de fato, não desejava abolir o Estado, não se caracterizando, portanto, como anti-estatal. Essa nova classe iria precisar da intervenção do Estado para muitos de seus assuntos, entre os quais, como ocorre ainda hoje, para reprimir a classe operária em suas reivindicações. Em nossos dias, termo liberal é empregado em muitos sentidos, inclusive para especificar qualidades de cunho pessoal, como no exemplo: “João é um cara muito liberal”. A palavra é quase sempre empregada com restrições: João é liberal nisso ou naquilo. O que é diferente de uma pessoa libertária. A burguesia do século XVIII, caracterizado como o século das luzes (Iluminismo), reivindicar uma ampla liberdade nas atividades econômicas, o que significava restringir, mas não tirar o poder político do Estado, como defendem os libertários.

Sociedade Liberal


O Estado Liberal é uma realidade natural para o homem em qualquer grupo social, e não nasce com um contrato.

O Liberalismo só deu início como doutrina política no século XIX com a proposta de um governo constitucional feita por Royer Collard e pelo Duc Broglie. Proposta também defendida por outros superiores políticos.

Divisão do trabalho e propriedade
Para o liberalismo o homem se desenvolve quando expande sua riqueza daquilo que toma seus valores e seus ideais. Para alguns, a escolha é expandir a riqueza material e para outros é mais importante a riqueza intelectual e cultural.

A instituição da propriedade e da troca de mercadorias torna possível a divisão do trabalho. O produto é propriedade do seu produtor, e pode ser trocado livremente pelo que é produzido por outros indivíduos, ou por objetos de valor reconhecido por todos - a moeda -, ou algum bem. O comércio é o sistema de troca indireta, em que um bem de comum aceitação e que possa ser facilmente entesourado (normalmente uma moeda), pode ser trocado, em quantidade e valor comparável, por algum outro produto especificamente desejado.

A propriedade em terras
Os primeiros homens ocuparam e habitaram porções de terra virgem, e assim indivíduos, tribos e nações se proclamaram proprietários do que estava ao seu alcance manter e defender como próprio.

Do ponto de vista Liberal, se mantivermos fidelidade ao pensamento de Locke, o homem é dono da terra da qual foi o primeiro a tomar posse, ou que tenha adquirido, porém só a manterá com legitimidade se é apenas razoavelmente ampla para nela situar sua moradia, ou empregar o trabalho para seu sustento, ou para extrair dela produtos na base da divisão do trabalho. O homem liberal sempre aceitará essa limitação: a posse de latifúndios improdutivos nunca foi parte da filosofia liberal.

Rosseau, porém criticou acerbamente a Locke, dizendo que mesmo que utilizasse a terra para seu sustento, nenhum indivíduo teria o direito de possuir um pedaço de terra, porque a terra pertence a todos. Quem quisesse ter tal propriedade teria que pedir autorização a todos os homens. Ora, a terra pertence a todos porque todos já a ocupam. A opinião de Rosseau na verdade trai suas tendências absolutistas, porque o ponto onde pretende chegar é que os indivíduos, não desejando trabalhar em terras que não lhes pertencessem, poderiam ser forçados pelo Estado a fazê-lo, para que não houvesse falta de alimentos.

Igualdade
É um modo mais claro de ver as posições do Liberalismo, se as examinamos em oposição ao pensamento dos grandes homens que a ele se opuseram. Rosseau está na origem do Liberalismo, deu a ele sua contribuição, porém difundiu idéias que haveriam de inviabilizá-lo na França, sem deixar nada em seu lugar, salvo sua tese (neo-platônica) da “vontade geral” e da propriedade coletiva, que constituíram logo os fundamentos do Socialismo e do Comunismo na Europa.

Rosseau acreditava que o Estado poderia dar educação igual para todos e isto levaria à igualdade. Entregou seus próprios filhos a orfanatos públicos.

Para o Liberalismo, a igualdade é apenas de direitos, no sentido de que não admite a existência de restrições de liberdade e oportunidade por motivo de credo, raça, ou origem social. Quanto ao progresso de cada um, é livre a concorrência de aptidões, e onde muitos concorrem ao mesmo prêmio. Assim o desenvolvimento dos indivíduos, tanto no sentido material como cultural, se escalona conforme o apetite e a capacitação de cada um para atingir os melhores níveis.

A liberdade de expressão
Uma decisão da maioria necessita da liberdade individual para que seja autêntica, e da liberdade para formular sua opinião e trocar pontos de vista com os demais. Isto requer liberdade de expressão, de impressa, de formar livremente sociedades e partidos, sem medo de repressão.

A liberdade de expressão é também uma liberdade de reivindicação, de modo que grupos liberais podem querelar entre si na negociação de salários, carga horária de trabalho, debates políticos, questões ligadas à economia, à educação, à preservação ambiental, assistência aos idosos, e em fim, tudo o que possa ser trazido a debate como de interesse para o desenvolvimento econômico e social com solidariedade.

O Governo
Adam Smith enumera três tarefas do governo: proteger o grupo contra a violência externa; proteger internamente os membros da sociedade de injustiças e opressão dos demais; e erigir e manter as instituições públicas e as obras públicas as quais são de tal natureza que não seriam lucrativas individualmente, porém representam grande vantagem social.

A função do governo no sistema liberal deve crescer conforme se fizer necessário, porém este não pode nunca perder seu caráter de servidor da sociedade, e assumir o papel de seu senhor.

Segurança
O exército, as polícias, a estrutura judicial são imprescindíveis à segurança e, no regime liberal, são formados por indivíduos que escolhem a carreira militar ou se engajam para servir em caso de conflito, mediante um soldo. O próprio povo terá que decidir, por sufrágio direito ou por decisão de seus delegados, a convocação geral.

A assistência social
A doutrina Liberal não considera o cidadão um “filho” da sociedade e, portanto não é a sociedade nem o Estado (Sociedade e Governo) que tem responsabilidade natural ou qualquer obrigação natural com os indivíduos. O direito à educação e à saúde do indivíduo é responsabilidade natural dos que colocaram no mundo, seus pais. Por isto a família é uma instituição de primordial importância para o Liberalismo, ao passo que não tem nenhum valor para o Socialismo.

Na sociedade liberal, os homens não estão unidos apenas para garantir a sua liberdade, mas para formar uma sociedade com um liame que lhe permite (à sociedade) sobreviver e desenvolver-se.

A solidariedade liberal é a solução para que a desigualdade de aptidões e a diversidade de recursos não conduzam à desigualdade de direitos e à falta de liberdade dos menos capazes.

A filantropia é tão original, tão imanente e essencial ao Liberalismo quanto sua defesa da liberdade e da propriedade. Os orfanatos, os asilos de velhos, as Santas Casas, as Casas de Saúde, as Associações Beneficentes em geral, religiosas ou civis, os fundos particulares para Educação destinados aos pobres e necessitados, são instituições inerentes ao Liberalismo, e se desaparecem ou se enfraquecem, com elas infalível e seguramente desaparece também o regime Liberal.

Para o Liberal, quando o governo promove a assistência social, ele tende a lançar impostos cujo produto é de difícil aplicação, e sua má aplicação faz com que o cidadão, além de pagar os impostos, acabe obrigado, por seu sentimento de justiça, a praticar o altruísmo e a filantropia para suplementar ou mesmo suprir a ação desordenada e ineficaz do governo no socorro aos pobres. Porém, o sistema liberal de ajuda filantropia direta funcionaria melhor apenas se a população a ser assistida estivesse misturada à população que pode assisti-la. Quando a pobreza é regional, a atuação solidária torna-se mais difícil, e o papel do governo é importante, e os impostos se fazem necessários. Porém contribuinte precisa acompanhar a ação social filantropia que confiou ao governo, pois o governo é apenas “suas mãos”, seu agente.

Impostos e Gastos Públicos
O custo das ações delegadas pelo cidadão ao governo tem um custo a ser coberto pelos impostos. O governo no Estado liberal presta contas de duas naturezas ao cidadão liberal. Primeiro presta conta do que arrecada; segundo, presta conta do emprego fiel dos recursos quanto à finalidade para a qual foram arrecadados. O poder legislativo pode criar órgãos para examinar e julgar as contas dos administradores de bens e valores públicos.

Economia Liberal

A economia Liberal não está presa a nenhuma teoria econômica previamente estabelecida. A produção e os preços não dependem do planejamento de uma agência do governo. Essa posição foi um repto ao Mercantilismo, uma política de intervenção do Estado na regulamentação dos preços, rotas comerciais, movimento dos portos, e de cada detalhe da vida econômica posta em prática pelas monarquias absolutistas. O economista liberal Adam Smith demonstrou os vícios dessa política em seu célebre “A Riqueza das Nações”. Os produtos têm seus preços livremente fixados pelo produtor, que terá a possibilidade de aceitar a resposta do mercado ou desistir da produção.

A resposta do mercado relativa a um produto dependerá do interesse por ele e da possibilidade de recursos dos consumidores para adquiri-lo. Se o interesse é grande e circula muito dinheiro, os preços serão altos, e isto criará uma atraente “oportunidade de mercado” que atrairão muitos outros para a produção. A oportunidade declina com a maior oferta do produto, o que faz caírem os preços a um nível mínimo para sustentar a produção e a comercialização, abaixo do qual a mercadoria desaparecerá do sistema. A isto se convencionou chamar “mercado livre” e está baseado, não na cobiça, mas em uma “harmonia natural de interesses”. Deste modo, a distribuição da riqueza é naturalmente proporcional ao comércio.

Por outro lado, em uma sociedade pouco ativa, a produção tende a ser pequena e os preços mantidos altos, com muito lucro para poucos, por falta de quem aproveite as oportunidades de mercado. Algumas das virtudes do liberal devem ser, portanto, a disposição para o trabalho, o interesse nos lucros, e a atenção para as oportunidades do mercado.

O mecanismo “de mercado” funciona não apenas para os preços industriais, mas também para os serviços, considerando o que eles representam para o confronto presente, ou se são atividades que contribuem para o bem estar futuro. Assim, pesquisas médicas, experimentos educacionais, criação de creches, manutenção de hospitais, o policiamento e a justiça, interessam à coletividade que está disposta a comprá-los através do pagamento de impostos ou da criação de fundos particulares para quaisquer desses fins específicos. Por essa razão, a gestão de recursos em cada um desses campos consiste também em uma “oportunidade de mercado” em que o indivíduo buscará vender suas qualidades como prestador de serviços.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Revolução Americana

  A influência de Locke foi tão profunda na Revolução Americana pela independência quanto foi, pouco depois, a de Rousseau na Revolução Francesa. A influência de Locke, em sentido autenticamente liberal teve, porém, um sentido mais prático, que consistiu na redação de uma constituição, a qual definia os poderes do Estado e do Cidadão. Por esse motivo Locke é considerado não só o pai do Liberalismo, mas também o pai do Constitucionalismo. Ele fez o rascunho da constituição do Estado de Luisiana, além de influir na Constituição de Filadéfia, de 1878, e na própria Carta Magna americana. A declaração da Independência foi redigida por Jéferson calcada quase literalmente na obra de  Locke.

A Revolução Francesa

  Em França as sementes do Liberalismo estão primeiro na resistência dos franceses ao domínio da Igreja sobre o Estado (uma posição rotulada “Galicanismo” pela Igreja Católica). Este movimento contra a influência da Igreja no governo toma o rumo do Liberalismo,  quando  é conhecido o pensamento de Locke.
  Os princípios liberais finalmente manifestam-se com toda sua força na Revolução Francesa. Com ela é proclamado um manifesto conhecido como Declaração dos Diretos do Homem e do Cidadão, que em muitos de seus itens corresponde a uma declaração liberal. O lema da Revolução é o lema liberal: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Ao mesmo tempo que livres (Liberdade) os homens são iguais em seus direitos fundamentais ( Igualdade) e ao mesmo tempo unidos e responsáveis uns pelos outros, comprometidos com o desenvolvimento e aperfeiçoamento social ( Fraternidade). Porém, banida a ideia do Direito Divino, não é definitivamente rejeitado o poder absoluto.
  Após o entusiasmo liberal, instaura-se entre os revolucionários  a guerra de todos contra todos; um terror nunca visto antes domina o povo diante das decisões arbitrárias e sangrentas dos novos tiranos. Depois do período de Terror, em que aqueles direitos foram tragicamente violados, o pensamento liberal volta com a pregação incansável de Benjamin Constant, o primeiro a definir as regras do Parlamentarismo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

DEFINIÇÃO DE LIBERALISMO

   Em Filosofia Político, o que chamamos liberalismo é a forma ao mesmo tempo racional e intuitiva de organização social em que prevalece a vontade da maioria quanto à coisa pública, e que está livre de qualquer fundamento filosófico ou religioso capaz de limitar ou impedir a liberdade individual e a igualdade de direitos, e no qual o desenvolvimento e o bem estar social dependem da divisão do trabalho, do direito de propriedade, da livre concorrência e do sentimento de fraternidade e responsabilidade filantrópica frente à diversidade de aptidões e de recursos dos indivíduos.
Em sua inteira expressão, o pensamento liberal contem um aspecto intuitivo, além do puramente racional, e esquecer essa particularidade - como, me parece, faz grande número de filósofos e cientistas políticos - implica em não compreender inteiramente a essência do liberalismo.
     O liberalismo parte do princípio de que o homem nasce livre, tem a propriedade dos bens que extrai da natureza ou adquire por via de seu mérito ou diligência e, quando plenamente maduro e consciente, pode fazer sua liberdade prevalecer sobre as reações primárias do próprio instinto e orientar sua vontade para a virtude.Uma pessoa madura e livre está a altura de perseguir sua felicidade a seu modo, porém respeitada uma escala de valores discutida e aprovada por todos, ou seja, ela deve reconhecer sua responsabilidade em relação ao seu próprio destino e ao objetivo da felicidade coletiva em sua comunidade ou nação.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

REVOLUÇÃO


Do ponto de vista histórico, a palavra revolução pode apresentar dois significados, por exemplo, uma revolução de um sistema de produção, ou seja uma transformação.Outro significado também possível seria a mudança violenta de uma nação, indignação.